" -[...]Coisas terriveis acontecem neste mundo. A tragédia humana é como uma prova de que Deus não pode ser simultaneamente todo-poderoso e bem intencionado. Se ele nos ama e tem o poder de mudar a nossa situação, Ele deveria também evitar as nossas dores, não é?
-Deveria mesmo? - perguntou o camerlengo. [...]
-[...] Bem, se Deus nos ama, se é capaz de nos proteger, Ele deveria sim. [...]
-[...]Tem filhos, tenente?
Chartrand enrubesceu.
-Não, signore.
- Imagine se tivesse um filho de oito anos. Você o amaria?
- Claro.
- E faria tudo o que pudesse para evitar que ele sofresse na vida?
- Claro que sim.
- E deixaria que ele andasse de skate?[...]
-[...]Sim, acho que sim. - disse Chartrand. - Concerteza deixaria que ele andasse de skate, mas diria para que ele tomasse cuidado.
- Quer dizer que, como pai desse menino, você daria bons conselhos básicos e deixaria que saísse e cometesse seus próprios erros?
- Eu não correria atrás dele para mima-lo, se é o que o senhor quer dizer.
- E se ele caísse e ralasse o joelho?
- Ele aprenderia a ser mais cuidadoso.
O carmelengo sorriu denovo.
- Então quer dizer que, mesmo tendo o poder de interferir e evitar que seu filho sentisse dor, você optaria por demonstrar seu amor deixando-o aprender suas próprias lições?
- Claro, a dor é parte do crescimento. É como aprendemos.
O carmelengo sacudiu a cabeça.
-Exatamente.
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